quarta-feira, 16 de março de 2011

Sentimento e palavras estranhas

A pequena menina escuta palavras de um idioma que não conhece, e compara essa escuta com o que tenta lhe dizer em profundidade seu coração, sua alma, seu corpo... Hoje se olhou no espelho e pareceu se reconhecer e ao mesmo tempo não. Por que sensações antagônicas? Será que todo mundo que se olha em um espelho, se vê refletido inteiramente como é, e pensa nisso e tem plena convicção do que é? O que é, bem dizendo, dependerá da imagem e do que acha de si mesmo e do mundo à sua volta, afinal, quantas percepções diferentes no mundo, como a diversidade é infinita... Senso comum? A menina não está pensando nisso. Está refletindo na pessoa, exclusivamente se a pessoa sabe quem é, ou se acha que sabe, e se o que sabe é realmente o que é... Será que o seu corpo é visto por ela assim como os outros indivíduos a veem? Imagina muito sobre os outros... às vezes se observa e até cria "uma personlidade, uma história, uma vida" para uma pessoa, puro fruto de sua imaginação... E cada deve criar para o outro alguma coisa, porque sempre inevitavelmente dependerá de seu próprio olhar para si mesmo e sua história que permitirá determinada criação. E quantas vezes eu digo à menina, tentando ensinar-lhe algo que parece que ela já sabe, nos enganamos e tantas vezes acertamos. Mas, junto com aquela pessoa, vem muito mais, não necessariamente mais de forma a nos surpreender, mas às vezes falta, e então, aquela pessoa não é nada além daquilo mesmo... Daquilo o quê? O que até podemos tentar dar um palpite: sem sal, nada mais, só isso. Não há nada mais para saber sobre ela, nenhum interesse, nada que nos mova e nos motive. Então, ao voltar o meu pensamento sobre a menina, ela tem muita curiosidade de perceber como é, o que é, e como aparece, mas, mesmo que em muitos momentos tenha percebido sua essência, ou o que ela supõe que seja, já expliquei a ela, o que você é, é, como se percebe, é, como os outros a vêem é o que menos importa porque pessoas não gostarão de você, e outras te amarão. A menina aceita esta condição, se entristece um pouco porque gostaria de ser apreciada, amada por todos, mas peço a ela generosamente: não espere nunca por isso porque isso nunca será, e ser basta.

sábado, 12 de março de 2011

Peito aberto, peito fechado

Concomitantemente a menina experimenta as duas sensações sem saber ao certo quais das duas prevalece em seu ser. Disse à menina, que seria importante tentar identificar fazendo uma análise de si mesma. O peito fechado... falemos primeiro da sensação ruim.... é a opressão do peito, do vago simpático, do buraco negro, do medo, da angústia, do receio, da covardia, do não ser completamente o que deseja ser por puro medo, pré-conceito, falta de auto estima, falta de confiança em si mesma. Já o peito aberto, e vale a pena considerar, a conforto, que ainda tem o peito também aberto pois, do contrário estaria apenas mergulhada no lado triste da vida - vida morte melhor dizendo - , e este peito traz consigo a esperança, a vontade, a energia - mesmo que ainda fraca, mas há -, o vislumbre do que pode vir a ser mais do que é. A menina escuta, quer chorar, quer se recolher porque a vida dói. Mas eu digo a ela, a vida dói mas, a vida também... procuro um antônimo mas não encontro, então vão os substantivos, e então digo: a vida sorri, a vida goza, a vida cura, a "vita" também é vida vida. A menina escuta, olha ao seu redor e espera.