
"Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque.
Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
Estou ouvindo um barulho de carroça.
Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:
Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
Ora, respondeu meu pai, acho muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!
Tornei-me adulto e, até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura, inoportuna, com prepotência, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, ou sentindo-se melhor que as outras, marrenta, orgulhosa, tenho a impressão de ouvir o meu pai dizendo:
Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!"
“Um homem bom, de seu bom coração produz boas obras. E um homem mau, da sua maldade, produz más obras. O que está no coração, aparece quando se fala.”
"Que todos nós possamos ser carroças cheias, não de arrogância, orgulho, prepotência e maldade, mas que sejamos “carroças” cheias
de obras boas". (Grifo meu).
Simone Anjerosa de Almeida Camargo
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