quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O corpo que te pertence

"Como entender em 2010, muitas mulheres, e mesmo homens, que ousaram experimentar um amor desviado e liberador, defendendo o casamento? Estão dispostos a tornar-se proprietários da vida e do amor um do outro renunciando ao saudável desvio, por um reconhecimento legítimo? O que são milhares de jovens, trocando alianças, dando um ao outro a propriedade de seus corpos como prova de amor? Homens e mulheres, em quase pé de igualdade, tratam seus corpos como bens negociáveis. Investem neles como produtos. Parecem acreditar que pelo fato de terem voluntariamente aberto mão de seus corpos em troca de alguma coisa qualquer, uma reputação, uma grana, uma carreira, sucesso, etc., são livres. O prisioneiro voluntário não é mais livre do que aquele que foi capturado. Corpos de homens e mulheres livres não são negociáveis. Quem negocia a própria liberdade já está acorrentado. O amor à liberdade não aprisiona, nem liberta ninguém. Libere-se no aqui, neste instante, já! Invente outras liberdades inviáveis, impossíveis, inimagináveis. A única propriedade possível à liberdade é daquilo que lhe é próprio, único e inegociável. Contra a propriedade: a ação direta. E a ação direta começa no corpo." Revista semestral autogestionária do Nu-Sol

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